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Pólipos uterinos

Imagem ilustrativa de um útero com pólipos.
Imagem: Shutterstock

Saiba o que são essas lesões, suas causas e seus sintomas e tratamentos

Os pólipos uterinos se formam a partir da multiplicação excessiva e anormal das células que compõem os órgãos. Em ginecologia, existem dois tipos de pólipos: os endometriais, caracterizados pelo crescimento excessivo das células que revestem o endométrio, e os pólipos endocervicais, que se desenvolvem através do crescimento das células do canal do colo do útero. Normalmente, esse crescimento é benigno, embora possa evoluir para câncer — 5% dos pólipos uterinos se tornam malignos.

Os pólipos uterinos podem variar em tamanho e forma, podendo ser pequenos e planos, maiores ou menores, muitas vezes formando projeções alongadas (hastes) em formato de dedos.

O tamanho da haste é variável, e, devido a contrações uterinas, podem se projetar para fora do canal cervical, mas raramente da vagina. Neste caso, a mulher notará uma projeção lisa, avermelhada, alongada e fina, semelhante a um dedo, que mede de 1 a 2 cm, para fora de sua vagina.

Os pólipos uterinos são mais comuns em mulheres de meia-idade, na menopausa, com maior número de partos, e podem causar uma série de problemas, incluindo sangramento menstrual intenso, dor pélvica e dificuldade para engravidar.

Por isso, é importante conhecer os sintomas e procurar um médico quando necessário.

Como surgem os pólipos?

O desenvolvimento dos pólipos uterinos podem estar relacionados a:

  • Inflamação crônica, trauma e gestação. Por isso, há um maior número de casos em pacientes idosas e com vários partos.
  • Fatores hormonais: hiperestrogenismo (pacientes expostas, por longo período, a doses elevadas do hormônio estrógeno, como, por exemplo, as pacientes obesas e as que fazem reposição hormonal prolongada). Este é um tumor que responde positivamente à presença do estrogênio, crescendo quando exposto a quantidades cronicamente elevadas desse hormônio. O estrógeno é o hormônio responsável por fazer com que o endométrio engrosse durante o ciclo menstrual, e o hiperestímulo contribui para o crescimento dos pólipos uterinos.
  • Vascular: neste caso, os pólipos são resultantes do acúmulo de líquido (congestão) dos vasos do canal do colo uterino, principalmente nos casos de pólipos angiomatosos.
  • Placentária: tipo mais raro de pólipo associado à presença, dentro do pólipo, de vilos coriônicos (estrutura presente na placenta com função de troca de oxigênio e nutrientes entre a mãe e o bebê).

Fatores de risco relacionados ao surgimento dos pólipos uterinos:

  • Idade: são mais comuns em mulheres entre 40 e 50 anos;
  • Obesidade;
  • Desequilíbrio hormonal e alterações nos níveis de estrogênio e progesterona podem levar ao crescimento excessivo do tecido endometrial;
  • Histórico familiar de pólipos uterinos;
  • Uso de tamoxifeno, medicação para tratamento de câncer de mama;
  • Terapia de reposição hormonal prolongada.

Principais sintomas dos pólipos uterinos

Na maioria dos casos, os pólipos não apresentam sintomas, no entanto, quando estão presentes, os principais sinais associados aos pólipos uterinos são:

  • Sangramento vaginal após a menopausa;
  • Sangramento entre os ciclos menstruais;
  • Ciclos menstruais irregulares;
  • Fluxo menstrual intenso e prolongado;
  • Sangramento após as relações sexuais;
  • Infertilidade;
  • Dor pélvica, do tipo cólica, intensa e mais acentuada no período menstrual.

Esses sintomas também são comuns em outras doenças ginecológicas, como miomas uterinos, endometriose intestinal, adenomiose, câncer de endométrio, entre outras. Então, é importante consultar um médico ginecologista para investigar as causas das alterações apresentadas.

O que os pólipos uterinos podem causar?

Apesar de muitas vezes não apresentarem sintomas, os pólipos uterinos podem causar algumas complicações.

Infertilidade

A presença de um pólipo uterino pode impedir a implantação do embrião no endométrio, provocando abortos espontâneos recorrentes. Além disso, o pólipo uterino, dependendo do seu tamanho e do espaço que ele ocupa na cavidade uterina, pode dificultar a passagem do sêmen no útero, impedindo que a gravidez ocorra.

Câncer de endométrio

Nas mulheres com idade acima dos 45 anos, os pólipos uterinos podem evoluir para câncer de endométrio, devido ao crescimento desordenado das células desse tecido.

Porém, fazendo acompanhamento médico regular, é possível identificar o aparecimento de uma lesão maligna e, assim, tratá-la quanto antes.

Fluxo menstrual intenso

O fluxo menstrual intenso, também chamado de menorragia, é um dos principais sintomas causados pelos pólipos uterinos. Ele se caracteriza por um sangramento que dura mais de sete dias, em grande quantidade, com perda de coágulos e acompanhado por dor tipo cólica, que necessita de remédio para controle.

Diagnóstico de pólipos endometriais

Se o médico suspeitar de pólipos uterinos com base nos sintomas relatados, ele poderá solicitar os seguintes exames:

  • Ultrassom transvaginal;
  • Histeroscopia: neste procedimento, um pequeno tubo fino chamado histeroscópio é colocado dentro do útero. Ele tem uma câmera na ponta e permite que o médico localize e retire o pólipo.

O diagnóstico precoce de pólipo endometrial é fundamental para o tratamento eficaz. Se você está apresentando sintomas, não deixe de procurar um especialista. Além disso, o médico poderá fazer o importante diagnóstico diferencial para descartar endometriose intestinal.

Quando tratar os pólipos uterinos?

A cirurgia de pólipo uterino é recomendada quando os pólipos causam sintomas, afetam a fertilidade ou são suspeitos para a transformação em câncer de endométrio.

Quando feito o diagnóstico de pólipo endometrial, é recomendada a remoção do pólipo antes de iniciar os tratamentos de fertilidade; isso porque o pólipo pode interferir na implantação do embrião ou dificultar a passagem do esperma pelo útero.

Como tratar os pólipos uterinos?

O tratamento indicado, na presença de pólipos uterinos, é o cirúrgico. O tipo de cirurgia recomendada dependerá da localização, do tamanho e do número dos pólipos. Existem diferentes técnicas cirúrgicas disponíveis, e as mais utilizados atualmente são:

  • Histeroscopia cirúrgica: nesta abordagem, um aparelho chamado histeroscópio é inserido no útero através do canal do colo uterino (não é necessário corte). Ele possui uma câmera em sua extremidade que permite que o médico localize os pólipos, em seguida, instrumentos especiais acoplados ao aparelho são utilizados para cortar, coagular (conter o sangramento) e retirar os pólipos.
  • Histerectomia (retirada do útero): esta cirurgia poderá ser necessária em casos mais graves ou quando não for possível a retirada dos pólipos por outros meios. Ela pode ser realizada de forma tradicional ou de forma minimamente invasiva (laparoscopia ou cirurgia robótica).
  • Ablação endometrial: esta cirurgia faz a remoção completa do revestimento interno do útero (endométrio), incluindo os pólipos. Normalmente, é a opção de escolha para sangramentos intensos sem causa aparente, mas também pode ser usada para retirada de pólipos, principalmente nos insistentemente recidivantes.

Recidivas – causas para reaparecimento dos pólipos

Podem ser citados como possíveis causas para a recidiva desse quadro:

  • Uso de técnicas cirúrgicas antigas, em que não é possível a visão direta do tumor, como é o caso da curetagem ou da torção, que podem levar à recorrência do pólipo devido a sua retirada incompleta;
  • Quando as causas que levaram ao surgimento do pólipo não foram identificadas e solucionadas.

A escolha do tipo de cirurgia levará em conta os riscos, benefícios e possíveis complicações de cada procedimento.

Como prevenir a presença de pólipos uterinos?

A medida mais importante é fazer os exames ginecológicos de rotina, que permitem que qualquer alteração, como a presença de um pólipo uterino, seja diagnosticada em estágios iniciais e devidamente tratada. Além disso, outra medida simples e eficaz, para o controle dos pólipos, é identificar, descontinuar e tratar hábitos de vida que levaram ao desenvolvimento da doença, como, por exemplo, a obesidade.

Para maiores informações, entre em contato e agende uma consulta.

 

Fontes

Mayo Clinic

Cleveland Clinic

Manual MSD