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Câncer de ovário

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Tumor maligno atinge células ovarianas e pode se espalhar para outros órgãos abdominais

O câncer de ovário é uma neoplasia invasiva maligna do ovário, ou seja, uma doença caracterizada pela multiplicação descontrolada de células malignas que formam os ovários e podem se espalhar para outros órgãos. Os ovários são órgãos localizados ao lado das tubas uterinas e do útero, sendo responsáveis pela produção de hormônios e pelo armazenamento e desenvolvimento dos folículos que dão origem aos óvulos.

O câncer de ovário se destaca como o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum no Brasil, com sua ocorrência sendo menor apenas que a do câncer de colo de útero. Dados do Instituto Nacional do Câncer estimam cerca de 6 mil novos casos da doença ao ano.

Em letalidade, no entanto, o câncer de ovário é o mais letal entre as neoplasias ginecológicas. Em média, apenas 45% das mulheres diagnosticadas sobrevivem cinco anos depois do tratamento; porém, nos casos diagnosticados na fase inicial da doença, o resultado é muito melhor, podendo chegar a 85%.

Infelizmente, pouquíssimos casos são diagnosticados na fase inicial da doença (com tumores localizados, ainda sem nenhuma disseminação, metástases). Isso acontece porque o câncer de ovário é silencioso, demora a apresentar sintomas e pode crescer bastante antes de ser detectado; em consequência disso, não existem medidas e recursos conhecidos que permitam ações preventivas e diagnósticos precoces. Como resultado, 90% dos casos têm o diagnóstico quando a doença já está avançada.

Quanto à frequência da doença, 80% dos casos ocorrem após a menopausa, e a maioria entre 50 e 60 anos.

Fatores de risco do câncer de ovário

Os fatores que aumentam o risco para o câncer de ovário são:

  • Idade: o risco aumenta com a idade, e metade das pacientes tem mais de 50 anos;
  • Não ter filhos: quanto mais filhos, menor o risco de ter esse câncer;
  • Histórico familiar: ter história familiar, principalmente de parentes de primeiro grau;
  • Menarca (primeira menstruação) precoce ou menopausa tardia;
  • Síndromes familiares de câncer: portadoras da síndrome familial de mama e ovário, de câncer colorretal hereditário não poliposo (HNPCC), também chamada de síndrome de Lynch, de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 e alterações nos genes BR1P1, RAP51C ou RAD51D, apresenta alto risco de desenvolvimento de câncer de ovário, e precisam ser acompanhadas;
  • Obesidade;
  • Mulheres que trabalham expostas ao amianto ou a raio X e gama.

Principais sinais e sintomas

A maioria das mulheres com câncer de ovário não apresenta sinais ou sintomas nos estágios iniciais, ou os sinais e sintomas são vagos e inespecíficos e se confundem com um mal-estar comum, como indigestão, gases e ganho de peso — sintomas frequentes da menopausa —, o que dificulta o diagnóstico precoce.

O primeiro sinal desse câncer costuma ser o aumento do volume do abdome secundário e o aumento do tamanho do ovário afetado. Os seguintes sintomas, apesar de comuns, se forem novos, se ocorrerem mais de 12 vezes no mesmo mês ou se persistirem por mais de 2 meses, merecem uma investigação:

  • Dor e desconforto abdominal com gases, inchaço, cólica, indigestão e sensação de empachamento depois de refeição leve;
  • Prisão de ventre, diarreia e náuseas;
  • Perda de apetite;
  • Aumento na frequência urinária;
  • Sangramento vaginal anormal ou alteração da menstruação;
  • Cansaço constante, dor nas costas;
  • Perda ou ganho de peso sem explicação;
  • Dor durante a relação sexual.

Como o diagnóstico é realizado?

Não existe, até o momento, nenhum método completamente eficaz no rastreamento precoce do câncer de ovário, pois a maioria das pacientes só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Nestes casos, nos quais os sintomas sugerem a possibilidade do câncer, e/ou nos casos em que, ao exame físico, seja palpável tumoração em região pélvica, ultrassom transvaginal e Ca-125 podem ser pedidos.

O Ca-125 é um marcador tumoral que pode aparecer aumentado em pacientes com câncer de ovário, mas não é um exame específico, ou seja, ele pode aumentar na presença de outras doenças. Isso significa que, sozinho, o exame de sangue que mede os níveis de Ca-125 não basta para o diagnóstico da doença. Ele é muito útil durante o tratamento, pois quando seus níveis caem, indica sucesso no tratamento.

Quando há forte indício de câncer de ovário, podem ser realizados exames adicionais, como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, a colonoscopia e o PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons), mas a confirmação diagnóstica só será realizada por meio de biópsia (análise do tecido) obtida através de cirurgia (tradicional ou videolaparoscópica) ou por BAAF (biópsia por aspiração por agulha fina).

Como tratar o câncer de ovário?

O principal procedimento para o tratamento do câncer de ovário é a cirurgia. O tipo e a extensão da cirurgia dependerão do estadiamento da doença, que determina a gravidade da doença. Em outras palavras, dependerá do tamanho do tumor e do comprometimento de outros órgãos, podendo, dependendo da gravidade da doença, se limitar à remoção dos ovários ou incluir a retirada de tubas, útero e gânglios linfáticos, podendo chegar até a remoção de parte de outros órgãos, como o intestino.

Mesmo nos casos muito avançados, deve ser retirada a maior quantidade possível de massa tumoral, pois o sucesso de tratamento complementar, procedimentos, como quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e imunoterapia, é diretamente proporcional à quantidade de tumor removido.

Prevenção do câncer de ovário

Fatores que estão relacionados à redução do câncer de ovário:

  • Uso de pílulas anticoncepcionais – o grau de redução do risco varia de acordo com a duração do uso do anticoncepcional oral (ACO) e o tempo desde o último uso. Para um a cada quatro anos de uso, a redução do risco é de 22%. Para 15 ou mais anos de uso, a redução do risco é de 56%. A redução do risco persiste por mais de 30 anos após ser interrompido o uso do anticoncepcional, mas o grau de redução vai se reduzindo com o tempo. A redução do risco por 5 anos de uso de anticoncepcional oral é de aproximadamente 29% para mulheres que interromperam o uso há menos de 10 anos e de 15% para mulheres que interromperam o uso entre 20 e 29 anos.
  • Multiparidade – quanto mais filhos, menor o risco desse câncer.
  • Salpingooforectomia bilateral – ter retirado tubas e ovários.
  • Laqueadura das tubas.
  • Manter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos, por serem fatores de controle de peso, podem estar relacionados à redução do risco de câncer de ovário.

Para saber mais sobre câncer de ovário, prevenção e tratamentos, entre em contato e agende uma consulta.

 

Fontes:

Instituto Nacional do Câncer (Inca)

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)

Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica