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Câncer de endométrio

Imgem ilustrativa de um útero doente
Imagem: Shutterstock

Tumor que atinge o tecido que reveste a cavidade uterina é mais comum após a menopausa, mas pode ocorrer em qualquer momento da idade reprodutiva

O endométrio é o tecido que reveste o interior do útero. Ele se espessa em todos os ciclos menstruais para que o embrião possa se implantar. Quando, por algum motivo, suas células começam a se multiplicar de forma descontrolada, chamamos essa condição de câncer de endométrio.

O câncer de endométrio é um dos tipos de câncer ginecológico mais comuns nos órgãos reprodutivos femininos. Em 2019, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou pelo menos 6 mil novos casos da doença no Brasil. Afeta principalmente mulheres na fase pós-menopausa, com mais de 55 anos de idade, sendo incomum em mulheres com menos de 40 anos.

Quais os fatores de risco do câncer de endométrio?

Existem alguns fatores que aumentam o risco de câncer de endométrio. São eles:

  • Idade: superior a 50 anos, principalmente se a mulher já tiver passado pela menopausa;
  • Obesidade;
  • Fazer terapia de reposição hormonal (TRH) apenas com estrogênio;
  • Início da menstruação antes dos 12 anos ou menopausa tardia;
  • Nunca ter engravidado;
  • Síndrome dos ovários policísticos ou outras doenças em que ocorra a não ovulação crônica;
  • Hipertensão;
  • Diabetes;
  • Fatores que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de endométrio antes da menopausa, como diagnóstico de síndrome de Lynch (também associado ao risco aumentado para o câncer colorretal) ou a presença de câncer de endométrio em familiares de primeiro grau;
  • Câncer prévio: câncer de mama e tratamento com tamoxifeno ou radioterapia na região pélvica.

Principais sinais e sintomas

O sintoma mais comumente relatado no câncer de endométrio é o sangramento uterino anormal, ou seja, aquele que ocorre entre as menstruações ou após a menopausa: 90% das mulheres com câncer de endométrio têm sangramento vaginal anormal.

Todo sangramento uterino anormal deve ser investigado para que a hipótese de câncer seja descartada. Muitas mulheres têm o diagnóstico retardado, pois o sangramento é atribuído a distúrbios hormonais de outras causas. Quanto antes se fizer o diagnóstico, melhor a resposta ao tratamento. Pacientes que têm o diagnóstico de câncer em até oito semanas após o início do sangramento são as que têm melhor resposta ao tratamento.

Outros sintomas, que costumam surgir à medida que o câncer endometrial avança, incluem:

  • Dor pélvica;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Dificuldade para urinar;
  • Fadiga constante;
  • Perda de peso sem explicação.

O que fazer em caso de suspeita de câncer de endométrio?

Os sintomas do câncer de endométrio são comuns a diversas outras condições ginecológicas. Por isso, o ideal é que, ao suspeitar da doença a partir dos sintomas listados acima, a mulher agende uma consulta médica com ginecologista para que sejam feitas as avaliações e exames necessários.

Como o diagnóstico é realizado?

O principal sinal que levanta a suspeita de câncer de endométrio é a presença de sangramentos vaginais anormais, principalmente em mulheres após a menopausa ou que tenham outros fatores de risco para a doença. Nesse contexto, o médico solicitará alguns exames.

A ultrassonografia transvaginal é um dos principais exames solicitados, por detectar possíveis alterações no endométrio (como a presença de pólipos uterinos, miomas ou espessamentos), além de ajudar a avaliar o tamanho e a localização do tumor. Normalmente, esse exame é solicitado pelo ginecologista em sua rotina de exames anuais e, caso apresente alguma alteração, a paciente é encaminhada para avaliação de um especialista. Caso seja necessário, a ressonância magnética, que fornece imagens mais detalhadas do útero e dos órgãos pélvicos, pode ser solicitada.

A partir dos resultados obtidos nesses exames, é avaliada a necessidade, ou não, de biópsia do tumor encontrado.

Atualmente, a melhor forma (padrão ouro) para realizar a biópsia, na investigação da cavidade uterina, é através da realização de uma histeroscopia. Esse procedimento é uma endoscopia do útero, realizado sob anestesia, no centro cirúrgico, no qual um instrumento fino, flexível e com uma câmera na ponta permite a visualização do interior do útero para localização e retirada do material alterado (biópsia), em tempo real.

Além disso, possibilita gravar imagens para a documentação. Esse procedimento é mais seguro e eficaz que a utilização de curetagem, Pipelle e AMIU (aspiração manual intrauterina), comuns no passado para o diagnóstico do câncer de endométrio. A paciente volta para casa no mesmo dia.

Como é o tratamento do câncer de endométrio?

O tratamento do câncer de endométrio depende de vários fatores: tipo de tumor, seu tamanho, a extensão de sua disseminação (estadiamento do câncer, que, grosso modo, indica quanto esse câncer se espalhou), idade e informações sobre os receptores hormonais e expressão de proteína do tumor. A pesquisa de mutações em genes relacionados aos cânceres hereditários também poderá ser feita nesta fase da avaliação.

A cirurgia é o tratamento padrão para o câncer de endométrio. Será realizada a remoção do útero (histerectomia total), acompanhada por retirada das tubas uterinas e dos ovários (salpingooforectomia bilateral), além dos gânglios linfáticos da pelve e do peritônio. A cirurgia pode ser feita por técnicas minimamente invasivas, como laparoscopia e cirurgia robótica. Dependendo do tipo de câncer e de seu estadiamento, quimioterapia e radioterapia também podem ser usadas no tratamento.

Quando a cirurgia é indicada?

Como mencionado, a cirurgia é fundamental no tratamento para o câncer de endométrio. O procedimento consiste na remoção total do útero, das tubas e dos ovários. Em alguns casos, pode ser necessária, também, a remoção de linfonodos na região pélvica e peritoneal.

A cirurgia do câncer de endométrio poder ser feita através de várias técnicas; mas, desde a última década, levando-se em conta benefícios como o aumento da precisão, a menor ocorrência de complicações (principalmente controle de sangramentos) e recuperação pós-operatória mais rápida (menos dor, menor tempo de internação e retorno mais rápido ao trabalho), os especialistas têm optado pela cirurgia minimamente invasiva, podendo ser a videolaparoscopia ou a cirurgia robótica.

É possível preservar a fertilidade após o tratamento do câncer de endométrio?

Em casos raros e iniciais do câncer de endométrio, é possível optar por tratamentos iniciais não cirúrgicos como a hormonioterapia. Em caso de sucesso, é possível preservar a fertilidade e engravidar após a remissão da doença.

Dicas de prevenção do câncer de endométrio

Apesar de alguns fatores de risco serem inevitáveis, o câncer de endométrio pode ter seu risco consideravelmente reduzido a partir da adoção de alguns hábitos, como:

  • Adoção de um estilo de vida saudável: manter o peso adequado por meio de uma dieta equilibrada e prática regular de atividades físicas;
  • Fazer acompanhamento periódico anual com o ginecologista, sendo que mulheres com risco elevado devem discutir com seus médicos sobre estratégias de prevenção, incluindo exames de rastreamento mais frequentes;
  • Fazer tratamentos de reposição hormonal na menopausa com terapia combinada (estrógeno e progesterona), e somente sob orientação médica;
  • Não fumar;
  • Controlar o diabetes e a hipertensão.

A adoção desses hábitos pode não prevenir completamente o aparecimento do câncer de endométrio. Porém, o acompanhamento periódico com um ginecologista facilita o diagnóstico precoce, que é essencial para que o tratamento tenha sucesso.

Para saber mais sobre o câncer de endométrio e outras alterações uterinas, entre em contato e agende uma consulta.

 

Fontes:

Instituto Nacional do Câncer (Inca)

Manual MSD

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)