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Miomectomia

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Miomectomia

Cirurgia para remoção de miomas que preserva o útero pode ser realizada por meio de diferentes técnicas

 

Os miomas uterinos são tumores benignos, hormônio-sensíveis, que se formam no tecido muscular intermediário do útero, o miométrio. Eles podem se estender em direção aos outros tecidos do útero (serosa, a camada externa uterina, ou endométrio, a camada interna do útero), causando sintomas diversos, ainda que alguns casos possam ser assintomáticos.

Miomas são frequentemente diagnosticados em mulheres na idade reprodutiva; porém, podem ocorrer em qualquer fase da vida. São de tamanhos variados e os sintomas que desencadeiam, como dor, sangramento ou infertilidade, dependerão da localização dos tumores.

Nos casos em que os sintomas causados pelos miomas uterinos não respondem ao tratamento clínico (medicação), ou nos casos de infertilidade, é indicado o tratamento cirúrgico. Um dos procedimentos possíveis é a miomectomia — que, basicamente, consiste na retirada desses tumores com a preservação do útero.

Entenda, no conteúdo a seguir, quando optar (indicações) por uma miomectomia, de quais formas ela pode ser realizada e os cuidados relacionados ao procedimento.

Quando optar por uma miomectomia – Indicações

A miomectomia é um procedimento cirúrgico utilizado como uma das formas possíveis de tratamento para mioma. No geral, o tratamento para miomas uterinos dependerá da forma como os miomas se manifestam:

  • Miomas assintomáticos (que não apresentam sintomas) não precisam de tratamento, no entanto, acompanhamento médico deve ser realizado, uma a duas vezes ao ano, para avaliação de progressão da doença.
  • Miomas sintomáticos: o tratamento dos miomas sintomáticos pode ser clínico, feito através de medicamentos (saiba mais sobre o tratamento clínico de mioma em miomas uterinos), ou cirúrgico. A cirurgia é recomendada quando o mioma apresenta um rápido crescimento, quando a mulher apresenta sangramento aumentado ou dor que não respondem ao tratamento clínico, em miomas grandes que estejam comprimindo outros órgãos e causando sua disfunção (bexiga ou intestino, por exemplo), nos casos de infertilidade (independentemente do tamanho do mioma), nos casos em que haja abortos de repetição e nos casos de dor durante relação sexual.

Caso a opção para o tratamento do mioma seja cirúrgico, as principais técnicas utilizadas são:

 

Histerectomia

Cirurgia em que, para o tratamento dos miomas uterinos, todo o útero é retirado. Esta cirurgia poderá ser realizada por meio da técnica convencional (corte transversal na barriga) ou por meio de técnicas minimamente invasivas, como videolaparoscopia ou cirurgia robótica.

Entre as principais causas que favorecem a escolha da realização de histerectomia, e não da miomectomia, está o fato de a histerectomia ser um tratamento definitivo. Após a miomectomia, novos miomas podem aparecer; e 25% das mulheres que se submetem a miomectomias realizam histerectomia entre 4 e 8 anos depois.

Miomectomia

Como mencionado, a miomectomia é uma cirurgia realizada com a finalidade de remover os miomas preservando o útero. Então, o procedimento cirúrgico de escolha, nos casos de mioma uterino sintomático em que haja o interesse em preservar o útero, tem sido a miomectomia.

A principal contraindicação na escolha deste método será nos casos de miomas múltiplos, profundos e infiltrados no miométrio, com risco de hemorragia de difícil controle no intraoperatório.

Um fato importante a ser considerado no momento da escolha é que a taxa de gravidez após a miomectomia é de 40%, e 15% apresentam recidiva (reaparecimento) de um novo mioma.

Como a miomectomia é realizada?

A técnica cirúrgica utilizada pelo cirurgião vai variar de acordo com a localização dos miomas. Por exemplo, miomas do colo do útero e do interior da cavidade uterina serão realizados por:

 

Histeroscopia cirúrgica

Técnica cirúrgica utilizada na ressecção de miomas do interior da cavidade uterina (chamado de mioma submucoso) e do colo do útero. É realizada através de uma endoscopia do útero, em que uma câmera possibilita a localização e a amplificação do mioma, sem necessidade de corte no abdômen.

Miomas que crescem em direção à cavidade abdominal (chamados de mioma subseroso), miomas que crescem dentro da musculatura do útero (chamados de mioma intramural), miomas do ligamento largo e miomas das tubas uterinas, por sua vez, podem ser realizados por:

 

Miomectomia aberta ou laparotomia

Nesta cirurgia convencional, a remoção dos miomas é feita através de uma incisão (corte) transversal, com tamanho e localização semelhantes à de uma cesárea, no abdômen;

Cirurgias minimamente invasivas:

 

Videolaparoscopia cirúrgica

Cirurgia realizada através de pequenas incisões (1,5 centímetro) no abdômen, por onde são introduzidos os instrumentos cirúrgicos necessários e uma microcâmera para visualização da cavidade abdominal. Tem o benefício de a cirurgia ser mais eficiente e delicada, proporcionando cicatrizes uterinas menores (que aumentam a chance de gravidez no pós-operatório), menor risco de sangramento, menor dor no período pós-operatório, além de alta precoce.

 

Cirurgia robótica

Trata-se de uma evolução da videolaparoscopia cirúrgica, em que a cirurgia é realizada com o auxílio de um robô, que contém braços mecânicos com instrumentos cirúrgicos, sendo guiado pelo cirurgião. Nesse caso, os movimentos são ainda mais precisos.

 

Embolização dos miomas

Técnica que consiste na interrupção do fluxo sanguíneo das artérias que nutrem o mioma, ocasionando sua morte e degeneração. O processo de degeneração é lento e doloroso e, por isso, esta técnica acaba não sendo muito utilizada.

 

 

Como é o pré-operatório da miomectomia?

A avaliação pré-operatória para a miomectomia inclui exames como ultrassom pélvico transvaginal e ressonância magnética para identificar e analisar os miomas uterinos. Assim, é possível fazer um estudo minucioso de qual a melhor forma de retirar miomas uterinos cirurgicamente, aumentando a eficiência e reduzindo os riscos da cirurgia.

Além disso, é fundamental a realização de exames que avaliam a saúde geral da paciente, como o hemograma completo, o eletrocardiograma e outros testes de risco cirúrgico.

Em alguns casos, podem ser utilizados medicamentos que controlam os ciclos menstruais — e, por sua vez, os sangramentos causados pelos miomas — diminuindo os riscos de complicações durante e após a cirurgia.

Cuidados e recomendações no pós-operatório da miomectomia

A alta após a miomectomia vai depender do tipo de procedimento cirúrgico realizado. Assim, pacientes que foram submetidas à miomectomia por histeroscopia cirúrgica receberão alta após 12 horas, portanto, no mesmo dia da realização do procedimento.

As pacientes que forem submetidas às cirurgias minimamente invasivas devem permanecer no hospital por 24 horas, recebendo alta no dia seguinte ao procedimento. Nos casos em que a opção cirúrgica foi a laparotomia, ou seja, cirurgia por corte abdominal, a paciente ficará internada por 2 dias.

Em casa, é importante ter atenção a alguns cuidados pós-operatórios, tais como manter a cicatriz cirúrgica limpa, repousar e evitar esforços físicos e relações sexuais, além de outros cuidados passados pelo médico.

A retomada das atividades diárias de trabalho, bem como relações sexuais e atividades físicas, costumam ser feita gradativamente a partir de 30 dias após a cirurgia convencional e mais precocemente nas técnicas minimamente invasivas.

 

Como fica o útero após a miomectomia?

Uma das principais vantagens da miomectomia é a possibilidade de o útero retomar o seu funcionamento normal após a recuperação da cirurgia. No entanto, isso depende da técnica cirúrgica e da quantidade de miomas retirados. No geral, a paciente estará apta a engravidar em 6 meses após a cirurgia.

Possíveis riscos e complicações da cirurgia

Quando a miomectomia é indicada corretamente e realizada por profissionais competentes, o risco de complicações é mínimo. São eles:

  • Sangramentos e infecções pós-cirúrgicas;
  • Necessidade de histerectomia (remoção completa do útero), raríssimo e geralmente associado a miomectomias múltiplas.

É possível engravidar após uma miomectomia?

Nos casos em que a anatomia do útero volta ao normal após a recuperação da miomectomia, a gravidez é possível depois de seis meses. Nos casos de miomectomia por histeroscopia cirúrgica e nos casos de retirada de miomas pediculados, ou seja, cirurgias em que não foram necessárias incisões e suturas uterinas (pontos no útero), o parto vaginal poderá ser opção.

Em todos os outros casos, devido ao risco de rotura uterina no local da cicatriz cirúrgica, durante o trabalho de parto, a cesárea deve ser a escolha de via de parto.

Vale lembrar novamente que a miomectomia é um procedimento que remove os miomas uterinos, mas não cura a doença. Isso quer dizer que existe a chance de novos miomas aparecerem depois de algum tempo. Isso deve ser levado em consideração ao planejar uma gravidez após o procedimento.

Para saber mais sobre miomas uterinos, a miomectomia e outros tratamentos, entre em contato e agende uma consulta.

 

Fontes:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)

Associação Médica Brasileira (AMB)

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia