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Histerectomia

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Remoção cirúrgica do útero pode ser feita por meio de quatro técnicas diferentes

 

Histerectomia é o nome dado à cirurgia que consiste na remoção do útero. O procedimento pode ser realizado de diversas maneiras, entre técnicas abertas e minimamente invasivas, e é indicado como parte do tratamento de diversas patologias ginecológicas.

Em alguns casos, a histerectomia é a principal indicação cirúrgica no tratamento de alguma condição. Em outros, ela é realizada quando outros métodos não obtiveram resultados esperados. Entenda mais no conteúdo a seguir.

Quais os tipos de histerectomia?

Como mencionado, a histerectomia consiste na remoção cirúrgica do útero. No entanto, dependendo das estruturas removidas junto ao órgão, a cirurgia pode ser classificada de diferentes maneiras:

Histerectomia parcial

Nesse tipo de histerectomia, que também pode ser chamado de subtotal, é retirada apenas a parte superior do útero, sendo preservado o colo uterino. Dependendo da indicação, a cirurgia pode incluir também a remoção dos ovários e tubas uterinas.

Histerectomia total

Na histerectomia total, todo o útero é removido, incluindo o colo do útero. Da mesma forma, se houver necessidade, a cirurgia pode incluir a retirada dos ovários e tubas.

Histerectomia radical

A histerectomia radical consiste na retirada do útero e do colo uterino, além dos ligamentos que o envolvem (os chamados paramétrios) e tecidos vaginais conectados ao colo.

Quando a histerectomia é indicada?

A histerectomia tem diversas indicações. Entre elas, podemos mencionar:

  • Endometriose;
  • Adenomiose;
  • Miomas uterinos;
  • Câncer no colo do útero, nos ovários ou outros tipos de tumores malignos ginecológicos;
  • Infecções uterinas;
  • Hemorragias intensas;
  • Prolapsos de órgãos pélvicos.

De forma geral, a indicação de histerectomia é feita após uma avaliação médica minuciosa, principalmente em mulheres jovens que desejam ter filhos.

Como se preparar para a histerectomia?

A preparação para a histerectomia inclui a realização de uma série de exames para constatar a real necessidade da cirurgia e sua viabilidade de acordo com o estado de saúde da paciente. Exames como hemograma, testes cardíacos e ginecológicos podem ser realizados nesse contexto.

Antes da cirurgia, é importante informar ao médico sobre o uso de medicamentos contínuos, para que, caso seja necessário, haja ajuste nas dosagens. É importante, também, fazer jejum de pelo menos 8 horas antes da cirurgia.

O cuidado com a região íntima antes da histerectomia, assim como antes de qualquer cirurgia ginecológica, é também indispensável. Nesse sentido, é importante fazer higienização adequada e não depilar ou raspar a região nos dias que antecedem o procedimento.

Como a histerectomia é feita?

A histerectomia é um procedimento que deve ser realizado em ambiente hospitalar, com a paciente sob anestesia, que pode ser geral ou raquidiana. Existem quatro métodos que podem ser adotados para a cirurgia. São eles:

Histerectomia abdominal

Na histerectomia abdominal, a retirada do útero ocorre por meio de uma incisão feita no abdômen, chamada de laparotomia. Geralmente, é indicada quando há a necessidade de remoção do útero por causa de tumores ou miomas muito volumosos, que deixam o órgão muito maior do que o normal.

Por ser uma cirurgia aberta, a recuperação da histerectomia abdominal costuma ser mais lenta e dolorosa quando comparada aos outros métodos para o mesmo procedimento. Nesta cirurgia, as pacientes recebem alta hospitalar 2 dias após a cirurgia e terão retorno às atividades de rotina entre 30 e 40 dias.

Histerectomia vaginal

A histerectomia vaginal é realizada através da vagina, em um procedimento que não envolve nenhuma incisão externa. Essa técnica é indicada principalmente nos casos de prolapso uterino (útero desce pela vagina).

A principal vantagem da histerectomia vaginal é a recuperação, que costuma ser um pouco mais rápida em relação à cirurgia aberta tradicional. A dor pós-operatória é semelhante à da histerectomia abdominal, uma vez que os instrumentos cirúrgicos utilizados são os mesmos, o que iguala a precisão e a eficiência quanto ao corte e ao controle de sangramento.

Como as cirurgias são equivalentes, as pacientes também vão receber alta após dois dias de internação, podendo retomar as atividades de rotina entre 30 e 40 dias.

Histerectomia laparoscópica

A laparoscopia é uma técnica minimamente invasiva que pode ser realizada durante uma histerectomia. No procedimento, delicados instrumentos cirúrgicos são inseridos através de pequenos cortes no abdômen (1,5 centímetro). Além disso, uma microcâmera, que vai junto aos instrumentos, guia o cirurgião na operação e permite, dada a presença de uma ótica, um aumento de campo cirúrgico de até 4 vezes.

Tanto a aplicação de delicados instrumentos cirúrgicos quanto o uso de lentes de aumento tornam este procedimento muito mais preciso, diminuindo os riscos de sangramento durante e após as cirurgias. Como os cortes são relativamente menores e em menor quantidade (precisão), a recuperação e a dor no pós-operatório também serão menores.

As pacientes costumam receber alta na manhã seguinte à cirurgia, podendo retomar as suas atividades normais, progressivamente, a partir de 15 dias após a cirurgia.

Como as incisões são pequenas, não existe o risco de desenvolvimento de hérnia da cicatriz abdominal. Além disso, as cicatrizes ficam pequenas e bastante discretas.

Histerectomia robótica

A histerectomia robótica é uma evolução da histerectomia laparoscópica; sendo assim, mantém todos os benefícios conquistados pela cirurgia laparoscópica, como a diminuição dos riscos cirúrgicos, melhora da dor no pós-operatório e recuperação cirúrgica mais rápida, quando comparados às técnicas convencionais.

Além disso, há melhora da visão do médico do campo cirúrgico: na cirurgia convencional — histerectomia abdominal e vaginal —, a visão do campo cirúrgico pelo médico é a oferecida pelo próprio olho, sem nenhum aumento, enquanto, na histerectomia por laparoscopia, o aumento é de 4 vezes. Na histerectomia robótica, por sua vez, o aumento chega a 12 vezes. A qualidade da imagem na videolaparoscopia, ademais, é 2D, enquanto é 3D na cirurgia robótica.

A maior precisão cirúrgica na videolaparoscopia vem da utilização de instrumentos cirúrgicos delicados, este benefício que é mantido na cirurgia robótica, além do fato dos instrumentos cirúrgicos na cirurgia robótica serem articulados, o que permite movimentos menores e de maior amplitude, melhorando ainda mais a precisão.

Outro fator que representa um ganho de precisão na cirurgia robótica é o fato de as pinças cirúrgicas e câmera estarem ligadas a braços robóticos, ou seja, não haverá nenhum tipo de oscilação nem tremores durante o procedimento, pois o cirurgião trabalha no console de computador controlando o robô na sala cirúrgica.

A importância da precisão cirúrgica está no fato de que, quanto maior for a precisão cirúrgica, menores serão o sangramento intraoperatório e o tempo cirúrgico, o que, por sua vez, diminui o risco de desenvolvimento de infecção durante a cirurgia e no pós-operatório. Além disso, quanto maior a precisão, menor a dor da paciente.

Na histerectomia robótica, as incisões (cortes) são de 3 ou 4 com 1 centímetro; na cirurgia por laparoscopia, são 2 incisões de 1,5 centímetro; ou seja, as cicatrizes também serão pequenas e discretas.

A alta e o período de recuperação são iguais aos da cirurgia laparoscópica.

Cuidados no pós-operatório da histerectomia

Após a histerectomia, é importante tomar cuidados como manter repouso relativo nas primeiras semanas, evitando pegar peso e restringindo as atividades a pequenas caminhadas todos os dias. Nesse período, deve-se também evitar relações sexuais e dirigir.

A retomada das atividades dependerá do tipo de histerectomia realizado e da avaliação individual da paciente feita pelo médico após a cirurgia. Geralmente, essa liberação ocorre mais cedo quando o procedimento é feito por via minimamente invasiva e mais tarde nos casos de histerectomia abdominal e vaginal.

A retomada da atividade sexual deve ser feita com calma e com acompanhamento médico.

 

Possíveis riscos e complicações

Assim como todo procedimento cirúrgico, a histerectomia tem alguns riscos. Estes serão maiores ou menores dependendo da precisão do tipo de cirurgia escolhido. Os principais, são:

  • Hemorragias;
  • Infecções pós-cirúrgicas;
  • Lesões em órgãos próximos ao útero, como a bexiga, os rins, os ureteres e o intestino.

Por isso, durante a recuperação, é importante prestar atenção a sinais e sintomas que podem indicar uma complicação, como sangramentos, febre, vermelhidão excessiva, dores intensas e inchaço. Esses sintomas devem ser comunicados ao médico imediatamente.

No entanto, quando a histerectomia é realizada corretamente, por profissionais qualificados, muito raramente causará qualquer tipo de complicação.

O que esperar depois de uma histerectomia?

Depois de uma histerectomia, é esperado o fim dos sintomas associados à alteração que foi tratada com a cirurgia. Esses resultados dependem diretamente da patologia em questão. Por exemplo: os miomas uterinos poderão ser resolvidos de uma vez, enquanto o tratamento de um câncer pode exigir sessões de quimioterapia e radioterapia.

Além disso, é importante que a paciente entenda que deverá conviver com algumas consequências da ausência do útero. Uma delas é o fim das menstruações, nos casos em que a mulher ainda não tenha passado pela menopausa. Da mesma forma, se torna impossível engravidar.

Outra consequência ocorre quando os ovários também são removidos, uma vez que é cessada a produção de hormônios sexuais, o que antecipa a menopausa. Nesses casos, terapias de reposição hormonal podem ser necessárias.

 

Para saber mais sobre a histerectomia e outros tratamentos para o útero, entre em contato e agende uma consulta.

 

Fontes:

Ministério da Saúde

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)

Instituto Nacional do Câncer (Inca)