Formações benignas atingem a camada mais interna do útero
O crescimento acelerado das células que formam as camadas uterinas pode levar ao desenvolvimento de formações benignas chamadas miomas. Os miomas uterinos podem variar em tamanho e quantidade e, de modo geral, afetam pelo menos 50% das mulheres em idade fértil — número que pode chegar a 75% em mulheres com mais de 45 anos.
De acordo com o tipo de tecido uterino em que o mioma se forma, ele pode ser classificado de três maneiras distintas: mioma intramural, submucoso ou subseroso. Neste conteúdo, vamos conhecer um pouco mais sobre o mioma submucoso. Acompanhe a leitura!
O que é o mioma submucoso?
Chamamos de mioma submucoso as formações desse tipo que ocorrem no interior da cavidade uterina, ficando recobertos apenas pelo endométrio. É considerado o tipo mais sintomático de mioma uterino, ainda que seja um dos menos comuns.
Como funciona o útero e onde se localiza o mioma submucoso?
O útero é formado por camadas de tecidos e uma cavidade interna. O tecido muscular mais externo é chamado de serosa, enquanto o mais interno é chamado de miométrio. Recobrindo o miométrio e a cavidade uterina, ainda é formado, em todo ciclo menstrual, um terceiro tecido chamado de endométrio, que é desfeito durante a menstruação caso a fecundação não ocorra.
Os miomas uterinos se formam na serosa ou no miométrio. No caso dos miomas submucosos, essa formação se dá sobre o miométrio e sob o endométrio, ou seja, nas camadas mais internas do útero.
Dessa forma, a exata localização de um mioma submucoso determina sua classificação, que pode ser:
- Nível 0: quando o mioma está totalmente localizado na cavidade uterina.
- Nível 1: quando o mioma se encontra no miométrio, mas com mais de 50% na cavidade uterina.
- Nível 2: quando mais de 50% do mioma está no miométrio.
Quais os fatores de risco do mioma submucoso?
Não existe uma causa específica e certa para determinar o desenvolvimento de um mioma submucoso. No entanto, diversos fatores podem estar relacionados ao desenvolvimento dessa formação, tais como:
- Exposição constante ou inadequada a determinados hormônios, como a progesterona e o estrogênio;
- Histórico familiar de miomas;
- Primeira menstruação precoce;
- Excesso de peso;
- Consumo de álcool;
- Pressão alta;
- Tratamentos como radioterapia.
Os miomas submucosos apresentam sintomas?
De forma geral, nem todas as mulheres com miomas uterinos têm sintomas. No entanto, como mencionado anteriormente, o mioma submucoso é o tipo que mais comumente traz pacientes com queixas sintomáticas aos consultórios médicos.
Entre os principais sintomas do mioma submucoso, podemos destacar:
- Sangramentos anormais, mesmo fora da menstruação;
- Aumento do fluxo sanguíneo durante a menstruação ou períodos menstruais que duram mais que o normal;
- Dores e desconforto intenso na região pélvica;
- Cólicas uterinas;
- Dor nas costas;
- Dores durante as relações sexuais;
- Aumento da frequência urinária.
É importante lembrar que nem todas as mulheres com mioma submucoso terão todos os sintomas destacados acima. A manifestação dos sintomas e sua gravidade dependem da extensão e da quantidade de miomas uterinos presentes.
Como os miomas submucosos são diagnosticados?
O diagnóstico do mioma submucoso não é tão fácil, principalmente porque os sintomas, a princípio e quando ocorrem, podem indicar diversas outras doenças e alterações pélvicas e do aparelho reprodutor feminino.
Por isso, ao analisar a história clínica e sintomática da paciente e fazer um exame físico inicial, o ginecologista deve solicitar exames para confirmar o diagnóstico e descartar outras possibilidades. Entre os exames que podem ser feitos, os mais comuns são a ultrassonografia (comum e transvaginal) e a histeroscopia diagnóstica.
Por meio desses exames, é possível não apenas diagnosticar o mioma submucoso, mas classificá-lo de acordo com a sua localização e determinar sua gravidade para que a paciente seja encaminhada ao tratamento mais adequado para o seu caso.
Quais são as opções de tratamento?
O tratamento inicial para miomas submucosos sem gravidade pode ser o medicamentoso, com o intuito de reduzir o tamanho do mioma, os sangramentos e os sintomas, melhorando a qualidade de vida da paciente. No entanto, na maioria dos casos, o tumor é removido cirurgicamente.
Em que casos o tratamento cirúrgico é indicado?
A cirurgia para remoção do mioma submucoso (miomectomia) é indicada para mulheres que convivem de forma muito incômoda com os sintomas ou que desejam engravidar. O procedimento pode ser realizado por via histeroscópica, ou seja, com o auxílio de um endoscópio que acompanha os instrumentos para remover a lesão.
Esse procedimento é minimamente invasivo e garante à paciente uma recuperação segura e rápida, com mínimas chances de complicações. Em casos mais graves, no entanto, pode ser necessária uma cirurgia mais invasiva e tradicional ou mesmo a retirada do útero (histerectomia).
O mioma submucoso tem cura?
Uma vez que o mioma submucoso é retirado, a paciente se livra do problema. No entanto, nada impede que ele possa retornar no futuro, considerando os fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Além disso, os miomas tendem a desaparecer após a menopausa.
Que profissional procurar em casos de mioma submucoso?
Ao desconfiar de que tem um mioma submucoso, é muito importante que você procure um médico ginecologista para avaliar o caso, fazer o diagnóstico e encaminhar ao tratamento. É importante que o tratamento por histeroscopia seja realizado por um ginecologista especialista em cirurgias ginecológicas minimamente invasivas.
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Fontes:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia